VILARINHO DOS FREIRES
“Nesta abençoada freguesia não há nem um palmo de culto. Parece tudo um vasto jardim esmeradamente cultivado. Tal é o surpreendente aspeto dos seus riquíssimos e compactos vinhedos e mimosos pomares… que produzem a fruta mais saborosa de Portugal.” Abade de Miragaia, in “Património Artístico e Cultural”.
Vilarinho dos Freires é uma das freguesia mais antigas do concelho do Peso da Régua, sendo anterior à fundação da própria nacionalidade portuguesa.
A sua unidade territorial detém uma área de cerca de 8,32 km² com 950 habitantes (2011) cuja a densidade se distribui por 114,2 hab/km², compreendendo as seguintes povoações: Alvações do Tanha, Escávedas, Granja, Presegueda, Santo Xisto, Tanha e Vilarinho dos Freires.
Regressando ainda mais atrás no tempo, a existência de um monte em forma de cone, denominado de “Morro do Castro” julgando-se ser uma fortificação romana.
Vilarinho dos Freires honra um passado cuja génese nos remete para o reinado de D. Dinis. A vida e a história desta terra e da sua gente é feita de conquistas, mas também com história de adversidades. Contudo, a audácia deste povo pela sua freguesia tem sido determinante ao longo de séculos de história, numa partilha de sonho de progresso.
A história de Vilarinho dos Freires é marcada pelas inquirições de 1290, mandadas executar por El Rei D. Dinis. Nessa data, pertencia a São Miguel de Poiares, Comenda dos Hospitalitários. Este facto poderá explicar o topónimo “dos Freires”, presumivelmente adotado, de modo a ser possível distinguir este de outros Vilarinhos, como o do Tanha. Etimologicamente “Villa”, “Vilarinho” ou “Vilar” eram locais de cultivo de legumes e frutas, sendo “Freires” o nome dado aos frades guerreiros que combatiam os mouros.
A instituição paroquial data dos séculos XVI a XVII. Foi Vigararia e Comenda da Ordem de Malta.
Vilarinho dos Freires integrou o concelho de Canelas até 31 de Dezembro de 1853, data em que foi extinto. Desde então, faz parte do concelho do Peso da Régua.
A Paróquia pertence ao arciprestado de Peso da Régua e à diocese de Vila Real, desde 22 de Abril de 1922. A Igreja Matriz, localizada na sede da freguesia, tem como orago Nossa Senhora das Neves. Aqui vive-se um culto mariano ferveroso onde o auge ocorre todos os anos a 5 de agosto com a reunião de toda a comunidade que abraça com ternura os familiares emigrantes e amigos.
Vilarinhos dos Freires detém um vasto valor no que respeita ao património cultural, nomeadamente as casas senhoriais brasonadas do século XVII, sendo as mais representativas a Casa Grande (Presegueda), Casa da Ponte (Vilarinho) e a casa rústica denominada de Casa da Carranca (também conhecido por Vapor de Carga) – Presegueda. Sendo uma freguesia pertencente à Região do Douro, na mais antiga região demarcada e delimitada do mundo, Vilarinho é presenteado com os marcos pombalinos com colocação autorizada pelo Marquês de Pombal a partir de 1756.
• Marco granítico n.º 16
• Marco granítico n.º 17
• Marco granítico n.º 18
• Marco granítico n.º 19
• Marco granítico n.º 20
• Marco granítico n.º 21
• Marco granítico n.º 22
Um dos monumentos dignos de contemplação é indubitavelmente o cruzeiro granítico datado de 1797.
A viagem ao longo de oito séculos de história traz-nos até aos nossos dias…
Contemplado à distância, o povoado parece erguer-se do vale com imponência através das encostas que suportam as terras férteis em direção ao céu, unida pela estrada nacional 313, que liga Vilarinho dos Freires à sede do concelho – Peso da Régua e à capital do distrito – Vila Real.
A certa altura, o silêncio deriva para o borbulhar do rio Tanha, em tempos pontilhado por moinhos, sendo evidente a importância que o cultivo de cereais terá tido na freguesia a par da cultura da vinha.
É com simplicidade que na freguesia de Vilarinho dos Freires se recebe quem a visita. Cada telhado é abrigo de gente hospitaleira, que recebe de braços abertos quem quiser conhecer a sua história, com os seus usos e costumes gastronómicos. Cada janela aberta, cada cumprimento a partir da soleira da porta é uma oportunidade para conhecer o coração destas gentes.
Cada sorriso é convite para que dispense o roteiro destas palavras e se aventure a descobrir verdadeiramente a freguesia de Vilarinho dos Freires.
Heráldica
Brasão: escudo de vermelho, cesto de ouro, contendo frutas diversas, de ouro, prata, vermelho e púrpura, folhadas de verde e prata; em chefe, cruz da Ordem de Malta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «VILARINHO dos FREIRES»