Junta de Freguesia Vilarinho dos Freires | PRESEGUEDA
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PRESEGUEDA

O povoado da Presegueda, com configuração em ajuntamento concentrado e circular, constitui provavelmente a unidade territorial de maior importância histórica, não apenas para a freguesia de Vilarinho, mas do concelho do Peso da Régua.

Virada aos vinhedos de Além-Tanha, do alto do povo se vislumbra toda a imensidão do vale descendente desde Alvações do Tanha ao Tanha. São muitos os vestígios do património cultural, principalmente pela existência das casas brasonadas. Ao se trilhar as ruelas da Presegueda até o transeunte menos atento sente, na arquitetura edificada, o peso da história do século XVIII e XIX.

Como tudo indica, era um povo de gente rica onde os pobres nunca aspiravam qualquer tipo de património, pois nada se vendia! Antigamente a Presegueda era o povo da freguesia com mais habitantes, na mesma casa vivam três ou quatro famílias, separadas por taipas de madeira. Ao longo de muitos anos a comunidade detinha a figura do “regedor”, que se substituía, nos dias de hoje, à GNR, tendo como ajudantes dos “cabos de dordens”.

Este povo foi pioneiro nos serviços sociais no que respeita à Casa do Povo, correios, luz elétrica, saneamento básico. Uma das curiosidades é que a primeira vez que se viu televisão no concelho de Peso da Régua foi precisamente na Casa do Povo. Sendo o local com melhor sinal de receção, cada pessoa pagava 100 centavos / 10 tostões. E eram muitos os que vinha de fora.

O Largo do Eirô era o espaço de concentração para os eventos sociais e da realização das feiras às segundas-feiras. Era também aqui que os capatazes acorriam para a escolha e contrato da força operária para as propriedades com os habitantes da Presegueda ou fora dela. Um dos pontos alto do ano eram as Festas de Santa Bárbara, ainda hoje, no primeiro fim de semana de setembro. Além da capela de Santa Bárbara, a Presegueda têm mais três capelas: capela de Nossa Senhora dos Remédios, pertencente à família Couceiro da Costa; capela de Santa Rosa, das famílias Pena; e a capela da Senhora do Amparo, historicamente pertencente à família de Egídio Viana Pinto, agora por herança, pertencente à Família Lacerda de Canelas.

Mesmo nos dias de hoje a aldeia de Presegueda continua a marcar a sua identidade na epopeia do Vinho do Porto. Com a recente procura de vinhos do Porto velhos por parte de algumas marcas históricas, a Taylor’s descobre em 2008, precisamente na Presegueda, uma autêntico néctar do Deuses. Hoje é comercializado em embalagem de luxo através da marca Scion, a 2500 euros, sendo nos tempos de hoje um dos vinhos mais caros na história do Vinho do Porto.

A fotografia do aglomerado do povoado mereceu de igual modo a primeira escolha da capa da obra literária “Terras do Norte” (TRIGUEIROS, Luís Forjaz , ABREU, Maurício; 1990 Edições Inapa.