De olhos postos na torre sineira da igreja da freguesia, situa-se a aldeia de Santo Xisto, sendo o povoado de maior cota em altitude e com a Serra do Marão no seu horizonte.
O nome da aldeia tem origem religiosa provavelmente e dedicada ao Papa, nativo de Roma, São Xisto I, sucessor de Santo Alexandre. Indigitado ao trono pontifício em 155, foi autor de algumas normas canónicas, nomeadamente nos ritos da celebração eucarística: a imposição do véu do cálice em linho, a introdução do tríplice canto do Sanctus (Santo)… Pensa-se que terá sido vítima de martírio no ano de 125, sendo enterrado junto dos restos mortais de S. Pedro, sendo posteriormente transladado para Acrópolis (parte mais alta da cidade de Atenas), permanecendo até aos dias de hoje. Neste sentido, também a capela no alto do povo também lhe é dedicada.
Enquanto a produção vinhateira consistiu no modelo de gestão tradicional, as gentes de Santo Xisto foram tidos como um dos recursos disponíveis de mão de obra. Daqui partiam para as quintas onde exerciam o principal trabalho a braços seja na construção de muros, escava, enxertia e transporte dos cestos vindimos, cujo o peso médio ascendia perto dos 70 kg.
Santo Xisto embora, registando um acentuado índice de nativos que saíram em busca de melhores condições de vida, de igual modo testemunha regresso dos filhos da terra em visita, nomeadamente nas férias de verão. Aqui falamos sobretudo de fraternidade que resulta do sentimento de ligação à origens. A sua vocação constitui-se numa lenda pela permanência de ser um povo humilde mas com enorme audácia em ultrapassar barreiras.